Dados do Trabalho

Título

FATORES ASSOCIADOS AO LONGO TEMPO DE INTERNAMENTO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS COM DOENÇAS GASTROINTESTINAIS

Introdução

O tempo de internamento é um dos principais indicadores para avaliar gestão hospitalar e eficiência dos sistemas de saúde. A desnutrição aumenta o tempo de internação devido a redução de cicatrização de feridas, aumento das taxas de complicações e mortalidade. As patologias que acometem o trato gastrointestinais, alem de frequentes, alteram o estado nutricional, por modificar a ingestão alimentar e a assimilação de nutrientes.

Objetivos

avaliar fatores associados ao longo tempo de internamento em pacientes hospitalizados com doenças gastrointestinais.

Método

trata-se de um estudo de caráter observacional do tipo longitudinal realizado com pacientes adultos e idosos, de ambos os sexos, com doenças gastrointestinais, internados nas clínicas médicas e cirúrgicas de um hospital público do nordeste brasileiro. A coleta de dados ocorreu entre fevereiro de 2021 e julho de 2022; e incluiu dados sociodemográficas (gênero e idade), clínicas (comorbidades e tempo de internamento), nutricionais (circunferência do braço – CB, da panturrilha – CP, índice de massa corporal – IMC, risco nutricional pelo NRS-2002 e desnutrição pela avaliação subjetiva global - ASG) e de composição corporal por meio da tomografia computadorizada (tecido adiposo visceral, subcutâneo, intramuscular, total e massa muscular esquelética). Tempo de internamento longo foi considerado quando ≥ 16 dias. Para as análises estatísticas, foi empregado o pacote estatístico SPSS versão 21.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos.

Resultados

Foram incluídos 96 pacientes com maioria do sexo masculino (57,3%) e adultos (53,1%). O tempo de internamento longo foi verificado em 40,6%, principalmente nos indivíduos idosos (58,9%, p=0,049), cirúrgicos (64,1 p=0,000), com massa muscular reduzida (58,9, p= 0,049) e com mioesteatose, que é a infiltração de gordura no musculo esquelético (79,4%, p=0,041). Além disso, menor quantidade de tecido adiposo subcutâneo foi observada naqueles pacientes com longa hospitalização, quando comparado aos internados por tempo menor que 15 dias (109cm2 versus 163 cm2, p=0,010).

Conclusão

foi observado que a idade, necessidade de cirurgia e a composição corporal esteve associada ao maior tempo de internamento em pacientes hospitalizados com doenças gastrointestinais. Reduzida quantidade e qualidade muscular (mioesteatose), assim como inferior proporção de tecido adiposo subcutâneo, se relacionaram a hospitalização ≥ 16 dias.

Palavras Chave

COMPOSIÇÃO CORPORAL; TOMOGRAFIA; AVALIAÇÃO NUTRICIONAL; GASTROENTEROPATIAS; HOSPITALIZAÇÃO.