Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DE DESNUTRIÇAO EM PACIENTES ATENDIDOS PELO SUS EM UM HOSPITAL DO SUL DE SANTA CATARINA
Introdução
Pacientes desnutridos têm maior risco de complicações cirúrgicas e infecciosas, pior cicatrização, maior tempo de internação, maior chance de readmissão, contribuindo para maior morbimortalidade.
Objetivos
Analisar o perfil nutricional e determinar a prevalência de desnutrição em pacientes internados pelo SUS em clínicas de enfermaria e UTI em um hospital do sul de Santa Catarina.
Método
Estudo transversal que consistiu na análise de dados coletados durante ação interna para conscientização sobre a desnutrição hospitalar de pacientes internados pelo SUS nas enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital de Criciúma/SC em um dia de Junho de 2022. Os dados coletados foram idade, sexo, Índice de Massa muscular (classsificado conforme OMS, 1995 e OPAS, 2002 para adultos e idosos, respectivamente), risco nutricional conforme triagem nutricional NRS-2002, nível de assistência nutricional e Avaliação Subjetiva Global (ASG) para determinação da prevalência de desnutrição. A análise de dados foi realizada utilizando programa de excel, com cálculos de porcentagem, média simples e desvio padrão.
Resultados
Foram triados 241 pacientes, com média de idade de 60 anos (±16,37), sendo a maioria do sexo masculino (53,3%), com idade superior a 60 anos (55,4%). Quanto ao local de internação, 77,5% estavam em clínicas de enfermaria (n=186), 15,8% em UTI (n=38) e 6,7% em Pronto Socorro (n=16). Em relação a triagem nutricional, 50% foram classificados como em risco nutricional. Segundo o IMC, 21,3% (n=51) foram classificados como baixo peso ou magreza, 29,2% eutrofia (n=70) e 49,6% com excesso de peso (21,3% sobrepeso e 28,3% obesidade). Dos pacientes triados, 175 foram avaliados pelo nutricionista (72,6%) por apresentarem risco nutricional ou demanda específica para atendimento, sendo aplicado a ASG para identificar a presença de desnutrição. Destes, 60% foram classificados como nutridos (n=105), 31,4% como suspeita ou desnutrição moderada (n=55) e 8,6% desnutrição grave (n=15). Sendo assim, a prevalência de desnutrição pela ASG foi de 40%. Após a coleta e análise dos dados, foi realizada atividade de conscientização com equipe de todos setores avaliados, levando informações sobre a importância do combate a desnutrição hospitalar e realizando oferta de suplementos para degustação dos colaboradores.
Discussão
A prevalência de desnutrição hospitalar variou de acordo com a ferramenta, a ASG detectou maior percentual (40%) comparado ao IMC (21,3%). Os dados obtidos estão dentro da alta prevalência observada na América Latina (40 a 60%). Portanto, enfatiza-se a necessidade de realizar a triagem nutricional precoce, visando a identificação dos indivíduos em risco nutricional que demandam avaliação nutricional detalhada e início de terapia nutricional adequada buscando evitar ou reduzir complicações.
Conclusão
A avaliação nutricional é fundamental para estabelecer a conduta nutricional mais apropriada e melhora do desfecho.
Palavras Chave
DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR; TRIAGEM NUTRICIONAL; ASG
Área
Avaliação Nutricional
Instituições
Hospital São José - Santa Catarina - Brasil
Autores
VANESSA GONÇALVES, LUIZA RASERA