Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DO CONHECIMENTO DE NUTRICIONISTAS SOBRE PROTOCOLOS DE ABREVIAÇAO DE JEJUM E DO TEMPO DE JEJUM PRE-OPERATORIO REAL PRATICADO EM HOSPITAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Introdução
O prolongamento do jejum pré-operatório potencializa a resposta metabólica ao trauma e favorece a ocorrência de complicações e piores desfechos. Até o momento são poucos os registros de trabalhos que investigam o conhecimento e percepção de nutricionistas sobre os protocolos de abreviação de jejum pré-operatório.
Objetivos
Verificar o conhecimento de nutricionistas sobre abreviação de jejum e o tempo de jejum pré-operatório praticado em hospitais do estado do Rio de Janeiro.
Método
Trata-se de um estudo transversal, descritivo, envolvendo nutricionistas clínicos que atuam em ambiente hospitalar. A coleta de dados foi feita através da aplicação de um questionário estruturado on-line. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e do teste de Qui-Quadrado para verificação das associações com o nível de significância de 5%.
Resultados
Participaram do estudo 84 nutricionistas, 96,43% do sexo feminino, com idade média 38,66 (DP±9,69) anos. Cerca de 40% têm mais de 15 anos de formação, 91,67 % possuem alguma especialização e 58,33% atuam há pelo menos 10 anos na área hospitalar. Mais de 85% dos entrevistados já ouviu falar sobre abreviação de jejum e suplementos para esta finalidade, porém apenas 68,67% descreveram corretamente as recomendações atuais. Não houve associação entre o grau de conhecimento geral dos profissionais, os tempos de formação, de atuação em área hospitalar e a especialização (p > 0.05). Em 48,1% dos hospitais o tempo real de jejum pré-operatório seria superior a 12 horas, 51,81% não possuem protocolo de abreviação de jejum e em 52,38% a recomendação padrão era de jejum total após 22 ou 00 horas. O porte do hospital não mostrou associação com a existência da ferramenta (p=0,265). Na opinião dos participantes, a abreviação de jejum é uma prática que reduz o estresse cirúrgico (91,57%), indicada para todos os tipos de cirurgias, independente do porte (65,43%) e contraindicada para pacientes com retardo do esvaziamento gástrico ou refluxo gastroesofágico (64,63%). A resistência dos profissionais na adesão de novas condutas foi apontada como o principal desafio para implementação do protocolo de abreviação de jejum (78,8%).
Conclusão
O conhecimento sobre as recomendações para jejum foi semelhante ao descrito em trabalhos com outras categorias profissionais. A não incorporação de novas condutas à prática clínica envolve questões que vão além do conhecimento dos profissionais. A falta de protocolos institucionais, a hierarquia na tomada de decisão e a falta de comunicação entre as equipes contribuem fortemente para manutenção de técnicas tradicionais de jejum.
Palavras Chave
CONHECIMENTO, JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO, NUTRICIONISTA, PROTOCOLO
Área
Nutrição no perioperatório
Instituições
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
RAFAELA BATISTA COUTINHO, THIAGO HUYATALLA SILVA, PRISCILLA ALVES BARRETO