Dados do Trabalho
Título
PRINCIPAIS MOTIVOS DE INTERRUPÇAO NA ADMINISTRAÇAO DA DIETA ENTERAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA ANALISE QUANTITATIVA
Introdução
O estado de jejum trata-se da privação alimentar, parcial ou total, por um determinado período de tempo, de forma intencional ou não. Em situação de enfermidade, o jejum está associado ao desequilíbrio metabólico, nutricional, eletrolítico e, consequentemente, a um prognóstico reservado, uma vez que podem determinar alterações na composição corporal. A desnutrição está relacionada com maior custo hospitalar, tempo de internação, reabilitação e morbimortalidade. A Terapia Nutricional Enteral (TNE) efetiva tem como principal objetivo minimizar os efeitos deletérios da estadia em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), auxiliando na preservação da massa muscular, oferta energética e manutenção do sistema imune. Embora a TNE seja uma das estratégias nutricionais mais comuns, alguns fatores limitam a administração plena.
Objetivos
Avaliar os motivos mais prevalentes de interrupção na administração da nutrição enteral.
Método
Estudo prospectivo, quantitativo e observacional, realizado de dezembro/22 a março/23 em Unidade de Terapia Intensiva. Foram avaliados indivíduos com idade superior a 18 anos, com prescrição de dieta enteral exclusiva. Os dados foram coletados do prontuário eletrônico e registrados em formulários padronizados pelo serviço de nutrição.
Resultados
Obteve-se 1036 registros. A TNE foi administrada parcial ou totalmente em 92,95% dos casos. Houve interrupção total da TNE em 72 ocasiões (6,9%), tendo como principais motivos: jejum para procedimento (26,3%), instabilidade hemodinâmica (25%), problemas com a sonda enteral (19,4%), dismotilidade do trato gastrointestinal (TGI) (15,2%), iminência de intubação (5,56%), sem justificativa - evento adverso (5,5%) e outros motivos (2,7%). O manejo clínico do paciente grave é um impeditivo para a administração plena da TNE, visto que durante a estadia na UTI há a necessidade de exames e procedimentos que requerem repouso do TGI, além do uso de drogas vasoativas em altas concentrações e intolerância à TNE. No entanto, foi observada uma baixa incidência de não administração da dieta e, quando ocorrido, os fatores são justificáveis pela complexidade do quadro clínico.
Conclusão
Alguns fatores relacionados a não administração da dieta enteral são potencialmente modificáveis, como a interrupção sem justificativa clara ou em decorrência de eventos adversos. A implementação de protocolos de cuidados nutricionais e a capacitação da equipe de saúde podem ser estratégias promissoras para melhorar a efetividade da TNE em terapia intensiva.
Palavras Chave
TERAPIA NUTRICIONAL; NUTRIÇÃO ENTERAL; UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA; PACIENTE GRAVE.
Área
Nutrição em UTI
Instituições
Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
AMANDA CAROLINA VIEIRA, BIANCA MEDEIROS PEREIRA, LETÍCIA KLEIN CARLAN VASCONCELOS MENDES , NAYRA SILVA SANTOS, GABRIELA DELVAUX GERSELY, MARCELO VICTOR MOURA SILVA, CINTIA FERNANDES REZENDE MOLEIRO, PATRÍCIA STANICH