Dados do Trabalho

Título

CAMPANHA "DIGA NAO A DESNUTRIÇAO" E O TEMPO DE JEJUM CIRURGICO, NA VISAO DO NUTRICIONISTA

Introdução

Em 2018, a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral organizou, divulgou e estimulou a implantação da Campanha "Diga não à Desnutrição", composta por ações que visam garantir a detecção precoce da desnutrição hospitalar, bem como intervenções e monitorações adequadas. Dentre as ações, está a orientação para redução do tempo de jejum dos pacientes, uma vez que esse tem sido identificado como fator de risco significativo para desnutrição hospitalar.

Objetivos

Descrever o cenário da aplicação do método mnemônico dos 11 passos para o combate à desnutrição propostos pela Campanha "Diga não à Desnutrição", na visão do nutricionista, especialmente em relação ao item que envolve o tempo de jejum cirúrgico.

Método

Foi aplicado um formulário eletrônico entre nutricionistas, atuando em hospitais públicos, privados e universitários. No questionário, além de outras questões sobre as ações sugeridas na campanha, havia a pergunta se na unidade de internação onde os nutricionistas atuavam, havia protocolo de abreviação de jejum cirúrgico. Aprovado por comitê de ética em pesquisa pelo parecer consubstanciado 6.070.064.

Resultados

Responderam ao formulário 59 nutricionistas (98,3% sexo feminino e 29,97±6,37 anos) de 18 hospitais públicos, 34 privados e 7 universitários. Para 33,9% (n = 20) dos nutricionistas, o protocolo de abreviação de jejum existe e há boa adesão. Para 49,2% (n = 29) dos participantes, o protocolo existe, porém não há boa adesão. A informação de que não há protocolo de abreviação de jejum cirúrgico apareceu em 16,9% (n = 10) das respostas dos nutricionistas.

Discussão

Considerando a somatória das respostas “presença de protocolo de abreviação de jejum cirúrgico com baixa adesão” e “ausência do protocolo de abreviação de jejum cirúrgico”, observa-se que esse é um passo da Campanha "Diga não à Desnutrição" que parece exigir mais atenção das equipes multiprofissionais de terapia nutricional, além de demandar estratégias operacionais, administrativas e de treinamento e gestão de pessoas para ampliação da prática na rotina das unidades hospitalares. A adoção das medidas supracitadas, justifica-se pelo fato de que o período prolongado de jejum pode impactar negativamente no bem-estar do paciente durante a internação, na resposta e controle metabólico, no desfecho clínico e cirúrgico e, ainda, no tempo de hospitalização e, consequentemente, nos custos hospitalares.

Conclusão

Na visão do nutricionista, a implantação e adesão de protocolos de abreviação de jejum cirúrgico é um passo da Campanha "Diga não à Desnutrição" que ainda não está consolidado na maior parte das unidades hospitalares onde atuam.

Palavras Chave

assistência perioperatória; jejum; terapia nutricional.