Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DO IMPACTO DE INTERNAMENTO HOSPITALAR NO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES PEDIATRICOS
Introdução
A desnutrição energético-proteica na infância pode ser primária ou secundária e quando diagnosticada no hospital, seja na admissão ou durante internamento é denominada desnutrição hospitalar. Não há dados precisos sobre sua prevalência e devido a ausência de critérios diagnósticos bem definidos ela é subdiagnosticada, podendo ter impacto negativo no desfecho clínico do paciente.
Objetivos
Realizar avaliação nutricional através de peso e estatura e classificação do estado nutricional através das curvas de crescimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) 2006/2007, no momento da admissão hospitalar e da alta, a fim de avaliar o impacto do internamento no estado nutricional do paciente. Além disso, procura-se analisar se o estado nutricional de admissão tem relação com o tempo de internamento.
Método
Estudo observacional longitudinal, incluídos pacientes de 0-17 anos incompletos, admitidos ao hospital menos de 48h antes da coleta de dados, selecionados de maneira aleatória entre 19/07/2021 e 21/09/2022. Foram aferidos o peso e estatura nas primeiras 48h da admissão hospitalar e no dia da alta e realizada classificação nutricional através das curvas de crescimento da OMS 2006/2007. Foi coletado do prontuário a idade, o diagnóstico ao internamento, a via de alimentação e o tempo de internamento.
Resultados
Os 65 pacientes incluídos no estudo foram dividos de acordo IMC/I. Dos 57 pacientes menores de 5 anos, na admissão 1,8% tinham magreza acentuada; 12,3% magreza; 71,9% eutrofia; 10,5% risco de sobrepeso e 3,5% sobrepeso. Dos pacientes inicialmente diagnosticados com magreza, 28,6% evoluiram para eutrofia. Dos eutróficos, 2,4% evoluíram para magreza; 2,4% para sobrepeso; 2,4% para obesidade e os demais continuaram com o mesmo diagnóstico. Das crianças com sobrepeso a admissão, metade foi reclassificada para eutrofia e 50% permaneceu com sobrepeso. Já entre as 11 crianças maiores de 5 anos, 9,1% (1 paciente) foi classificado com magreza, 63,6% (7 pacientes) com eutrofia; 9,1% (1 paciente) com sobrepeso e 18,2% (2 pacientes) com obesidade. Tanto o paciente com magreza, quanto os pacientes com eutrofia e sobrepeso, permaneceram com o mesmo diagnóstico nutricional. Apenas 1 dos inicialmente classificados com obesidade evoluiu para sobrepeso durante o internamento. Para ambos os grupos classificados pelo IMC/I e comparadas as classificações de admissão e alta obteve-se p<0,01.
Conclusão
Dados encontrados neste estudo reforçam que a desnutrição é um problema de saúde comum à prática dos pediatras. A perda ponderal em 48,5% das crianças internadas reforça a importância da avaliação do estado nutricional em ambiente hospitalar. Dessa forma, é essencial que crianças hospitalizadas recebam triagem nutricional à admissão e as que possuem desnutrição ou risco de desnutrição sejam acompanhadas por equipe apropriada a fim de evitar deterioração durante o internamento.
Palavras Chave
DESNUTRIÇÃO; INTERNAMENTO HOSPITALAR; AVALIAÇÃO NUTRICIONAL.
Área
Avaliação Nutricional
Autores
MARINA CECATO, GABRIELA GUIMARAES VIEIRA, JOCEMARA GURMINI, LEANDRO IZOTON LORENCETTE