Dados do Trabalho

Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPERGLICEMIA E PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES COM DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA

Introdução

A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) é uma patologia de causa multifatorial, representando um grave problema de saúde pública e de elevada prevalência na população brasileira. Acomete cerca de 20% da população acima dos 65 anos de idade, tendo como fatores de risco o diabetes mellitus, dislipidemia, idade avançada, obesidade e sobrepeso, sedentarismo, dieta pobre em vegetais e frutas, uso de álcool, e tabagismo, os quais impactam diretamente no estado nutricional. A hiperglicemia prolongada provoca alterações funcionais dos vasos sanguíneos, comprometendo a circulação e desencadeando lesões.

Objetivos

Caracterizar o perfil nutricional de pacientes internados com doença arterial vascular periférica e verificar a associação com hiperglicemia.

Método

Estudo transversal, realizado no período de janeiro a março de 2023, através da análise de prontuários com pacientes internados no setor vascular de um hospital particular do estado de Pernambuco. Foram incluídos pacientes com idade ≥ a 20 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico definido de DAOP. Foram coletados informações de dados demograficos, clínicos e antropométricos. Para avaliação do estado nutricional foi utilizado peso e altura para determinação do índice de massa corporal (IMC), circunferência do braço (CB) e circunferência da panturrilha (CP) e a hiperglicemia foi definida quando HGT>180mg/d de acordo com o que é proposto pela American Diabetes Association (ADA). Os dados foram tabulados e avaliados no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 21.0.

Resultados

Foram analisados dados de 36 pacientes com idade média 67,6 anos (DP=11,2), o estado nutricional classificado pelo IMC identificou que dentre os indivíduos 36,1% estavam desnutridos e 19,4% com sobrepeso e obesidade, pela avaliação da CB, 55,6% dos indivíduos foram classificados como desnutridos, para avaliação de massa muscular foi utilizada a CP demonstrando depleção em 44,4% dos pacientes. Em relação a glicemia foi identificado que 44,4% estavam hiperglicêmicos, a presença de hiperglicemia não esteve associada com estado nutricional diagnósticado pelo IMC, CB ou CP, nem com sexo ou idade. Houve diferença significativa entre hiperglicemia e diabetes pré existente (p=0,002).

Conclusão

Os resultados encontrados demonstraram maior frequência de desnutrição do que sobrepeso/obesidade e um mau controle do diabetes. Nos indivíduos diagnosticados com DAOP, o controle glicêmico e o estado nutricional adequado, tornam-se essenciais para reduzir as possíveis complicações da obstrução periférica, sendo necessário o acompanhamento interdisciplinar para a obtenção de melhores resultados.

Palavras Chave

DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA; ESTADO NUTRICIONAL; HIPERGLICEMIA