Dados do Trabalho

Título

COMPARAÇAO DE PACIENTES EM USO DE SONDA NASOENTERAL COM E SEM INFECÇAO RESPIRATORIA NAO ASSOCIADA A VENTILAÇAO MECANICA

Introdução

A administração segura da Nutrição Enteral (NE) por Sonda Nasoenteral (SNE) é essencial para a prevenção de Infecção Respiratória (IR)1. Cuidados de enfermagem configuram uma importante estratégia para mitigar a ocorrência de IR não associada à Ventilação Mecânica (VM) entre pacientes em uso de SNG/SNE2.

Objetivos

Comparar pacientes em uso de SNE com e sem IR não associada à VM e os cuidados de enfermagem quanto às boas práticas.

Método

Trata-se de uma coorte prospectiva, realizada em um hospital universitário no sul do Brasil, no período de junho de 2022 a janeiro de 2023. Foram incluídos pacientes em uso de SNE, internados em unidades clínicas e cirúrgicas; e excluíram-se aqueles com gastrostomia ou jejunostomia. Os dados foram coletados a partir dos registros em prontuário eletrônico, e observação à beira leito quanto aos cuidados de enfermagem que compõem o bundle de boas práticas ao paciente com SNE. O desfecho IR não associada à VM foi obtido a partir dos critérios da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da referida instituição. Aplicou-se análise descritiva dos dados através do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0. Os pacientes incluídos assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CEP) da instituição, por meio do parecer CAEE nº: 55524622.0.0000.5327.

Resultados

Foram incluídos 107 pacientes, sendo realizadas 325 observações à beira leito. Destes, 68% eram masculinos, com idade média de 63,2±8,9 anos. A incidência de IR não associada à VM foi de 11,2%. Identificou-se que nos pacientes “com IR não associada à VM”, 47,2% tiveram prescrição de higiene oral e 43,4% de higiene nasal. No acompanhamento à beira leito, identificou-se que 87,4% estavam com a cabeceira do leito elevada enquanto recebiam a NE por SNG/SNE e 49,5% estavam com adequada higiene oral. A higiene nasal e a fixação da SNG/SNE encontravam-se adequadas em 50,1% e 77% dos pacientes, respectivamente. Nos pacientes “sem IR não associada à VM”, o percentual de adesão aos cuidados de enfermagem foi: 62% da prescrição da higiene oral e 61% da higiene nasal; a cabeceira do leito estava elevada para 90,7% dos pacientes e 57,1% com adequada higiene oral. A higiene nasal e fixação da SNG/SNE encontravam-se adequadas em 57,5% e 85,7% dos pacientes, respectivamente.

Conclusão

Uma incidência elevada de IR não associada à VM foi detectada entre os pacientes em uso de SNE. O percentual de adesão aos cuidados de enfermagem que podem prevenir tais infecções foi menor para o grupo de pacientes “com IR não associada à VM”. Os achados desta pesquisa revelam que o nicho de pacientes em uso de SNE é um sinal de alerta para o risco de IR não associada à VM. Na prática de enfermagem, esforços são necessários para maior adesão às boas práticas na administração segura da NE.

Palavras Chave

CUIDADOS DE ENFERMAGEM; NUTRIÇÃO ENTERAL; PNEUMONIA ASSOCIADA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE.