Dados do Trabalho
Título
TERAPIA NUTRICIONAL DE FALENCIA INTESTINAL POR PSEUDO-OBSTRUÇAO INTESTINAL CRONICA - RELATO DE CASO
Introdução
A pseudo-obstrução intestinal crônica (POIC) é caracterizada por distúrbios de motilidade que afetam a estrutura e/ou função dos componentes neuromusculares gastrointestinais. Possui características clínicas semelhantes à obstrução intestinal mecânica apesar da ausência de lesão orgânica, tem curso progressivo e pode levar a falência intestinal (FI). A FI se caracteriza pela incapacidade do intestino absorver adequadamente líquidos e nutrientes e tem como principal complicação a desnutrição. Para tratar ou evitar a desnutrição é de suma importância abordagens nutricionais individualizadas. A terapia nutricional pode ser realizada por via oral, enteral ou parenteral durante a internação e em ambiente domiciliar.
Objetivos
Relatar o acompanhamento nutricional de paciente com falência intestinal por pseudo-obstrução intestinal crônica.
Método
Paciente do sexo feminino, branca, 30 anos, histórico de internações prévias em outro serviço desde 2021 com queixas de empachamento pós prandial, associado a dor e distensão abdominal, alteração na consistência das fezes e perda ponderal de 22kg em 5 meses. Realizou 3 cirurgias abdominais na origem (enterectomia com retirada de 20 cm de íleo, lise de bridas e cirurgia branca por suboclusão intestinal sem bridas ou fatores obstrutivos mecânicos). Internou no início de 2022 em hospital universitário com novo quadro de suboclusão intestinal em íleo distal, necessitando de laparotomia exploradora, enterectomia segmentar e ileostomia em alça. Cursou de várias internações devido ao quadro de progressivo de desnutrição, desidratação, distúrbios eletrolíticos e infecções.
Resultados
Durante a internação paciente apresentava intolerância à dieta enteral (vômitos, distensão abdominal e aumento de conteúdo em ileostomia), perda de peso e desidratação sendo indicada a nutrição parenteral prolongada. Tentativas de associação de dieta enteral e desmame de parenteral foram realizadas, mas sem sucesso. Para permitir a ingestão de alimentos foi optado pela realização de gastrostomia, com a finalidade de drenagem de conteúdo gástrico. Iniciada introdução de poucos alimentos via oral com progressão para dieta geral. A dieta foi introduzida sem a preocupação de substituir a nutrição parenteral por não sabermos o quanto absorvia. Atualmente, paciente com ingestão alimentar por via oral de conforto associada a nutrição parenteral domiciliar diária. Evoluiu com ganho ponderal e melhora do estado geral.
Conclusão
Devido a complexidade da FI por POIC é importante o tratamento e acompanhamento nutricional de forma individualizada, com o objetivo de recuperar o estado nutricional.
Palavras Chave
Nutrição parenteral; Nutrição enteral; Dor abdominal; Sintomas digestivos; Motilidade intestinal.
Área
Cuidados em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral (vias, técnicas, formulações e outros)
Instituições
Universidade Estadual Paulista - São Paulo - Brasil
Autores
BRUNA RODRIGUES OLIVEIRA, ANA CAROLINA OUMATO MAGALHÃES, JÉSSICA CAROLINE FERREIRA, DANIELA SALATE BIAGIONI VULCANO, LUANA FERREIRA PEREIRA, VANESSA APARECIDA MARTINS, RAQUEL SIMÕES BALLARIN, SÉRGIO ALBERTO RUPP PAIVA