Dados do Trabalho
Título
ALTERAÇOES CLINICAS DE PACIENTES CRITICOS COM COVID-19 DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA AVALIAÇAO LONGITUDINAL
Introdução
A fisiopatologia da COVID-19 envolve resposta inflamatória exacerbada causada pelo vírus, que levou, no início da pandemia, a complicações como falência múltipla de órgãos e morte. Marcadores clínicos e bioquímicos de pacientes críticos que foram a óbito por COVID-19, são ferramentas importante para compreender a evolução da doença, especialmente no momento em que não haviam protocolos clínicos bem estabelecidos.
Objetivos
Avaliar biomarcadores clínicos ao longo do internamento de pacientes críticos com COVID-19 de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que vieram a óbito.
Método
Estudo longitudinal com coleta de dados retrospectiva, realizado em uma UTI de um hospital particular de São Luís-MA. As informações dos pacientes foram coletadas por meio do prontuário eletrônico e avaliadas em três momentos distintos: no primeiro dia de internamento (S1), após sete dias de internamento (S2) e no desfecho óbito, independente do tempo de internamento (S3). Foram colhidas informações de comorbidades e sinais e sintomas para COVID-19, via de alimentação, tipo de ventilação, intercorrências clínicas e dados bioquímicos (Ferritina, Hemograma, Leucograma, Plaquetas, Glicemia de jejum, Proteína C reativa, Procalcitonina, Troponina, Coagulograma, Creatinina, Lactato desidrogenase sérica, Bilirrubinas, Albumina, Fósforo, Potássio, d-dímero e Lactato sérico). Para análise estatística foi utilizado o software Jamovi versão 2.3.
Resultados
Foram analisados 45 prontuários. A média de idade foi de 69,8 ±12,4 anos. As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão (80%) e diabetes (60%). Durante o internamento, 60% dos pacientes apresentaram instabilidade hemodinâmica (IH) e 51% insuficiência renal aguda. A respeito da evolução clínica, 84% dos pacientes necessitou de intubação orotraqueal, 33,3% prescisaram de terapia nutricionial enteral via sonda nasogástrica, e 62.2% tiveram dieta suspensa no desfecho óbito devido a IH. Quanto à evolução dos dados bioquímicos, devem ser destacados o aumento significativo dos níveis dos marcadores inflamatórios como a ferritina, leucócitos e razão neutrófilo-linfócito. A mediana do tempo de internamento foi de 16 dias (10 - 22), no entanto, 17,7% faleceram antes de completar sete dias (S2). Não houve relação entre tempo de internamento e biomarcadores clínicos no momento óbito.
Conclusão
Indivíduos mais velhos, com pelo menos 2 comorbidades e intercorrências como insuficiência renal aguda e IH foram mais prevalentes. Ademais, o aumento dos marcadores bioquímicos durante o internamento reforçam o papel da inflamação sistêmica causada pelo vírus como ponto central do agravamento da doença.
Palavras Chave
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
COVID-19
TERAPIA NUTRICIONAL.
Área
Nutrição em UTI
Instituições
Hospital São Domingos - Maranhão - Brasil, Universidade Federal de Ouro Preto - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal do Maranhão - Maranhão - Brasil
Autores
LEIDIANE RAFAELA FERNANDES DE OLIVEIRA, MAYLA CARDOSO FERNANDES TOFFOLO, SILVIA FERNANDES MAURICIO, ELANE VIANA HORTEGAL FURTADO, ROSIONE DA SILVA SOBRINHO, RENATA ADRIELLE LIMA VIEIRA