Dados do Trabalho

Título

FATORES QUE INTERFEREM NA ADMINISTRAÇAO DE DIETA ENTERAL EM PACIENTES PEDIATRICOS CRITICAMENTE ENFERMOS: UMA ANALISE DO INDICADOR DE VOLUME PRESCRITO VERSUS VOLUME INFUNDIDO

Introdução

A administração adequada da dieta enteral é essencial para a recuperação de pacientes pediátricos criticamente enfermos. No entanto, a discrepância entre o volume prescrito e o volume infundido pode ter um impacto negativo no processo de recuperação, resultando em prolongamento da internação e aumento dos custos. É fundamental investigar os fatores que contribuem para essa discrepância e implementar estratégias que assegurem uma administração precisa da dieta.

Objetivos

Analisar a quantidade de dieta administrada em pacientes pediátricos criticamente enfermos e identificar os fatores que interferem na administração da nutrição enteral.

Método

Estudo retrospectivo e transversal, realizado com pacientes pediátricos internados em uma unidade de terapia intensiva de um hospital de beneficência do Recife-PE, que iniciaram terapia nutricional entre os meses de janeiro a maio de 2023. As informações sobre o volume infundido em 24 horas e as intercorrências na administração da dieta foram coletadas do prontuário do paciente. Adotou-se como adequado o percentual de adequação igual ou maior que 80%. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS versão 21.0, por meio de medidas de frequência simples e relativas.

Resultados

Em relação à adequação do volume infundido, observou-se que os valores foram adequados nos meses de março (92,1%), abril (94,6%), maio (83,9%) e junho (85,3%). Quanto aos fatores que interferiram na administração da dieta enteral, os mais frequentes no período foram exames/procedimentos (33,3%), seguidos por intercorrências clínicas (13,75%) e instabilidade hemodinâmica (6,87%). Foram observadas também alterações gastrointestinais, como regurgitação (6,34%), diarreias (1,58%) e distensão abdominal (1,58%). Outros fatores, como reinício da dieta enteral (2,64%) e progressão lenta (3,70%), também podem ter influenciado a oferta da dieta.

Conclusão

Embora a adequação do volume prescrito versus volume infundido tenha sido satisfatória (>80%) nos meses avaliados, foram identificados alguns fatores que podem comprometer essa adequação. Esses fatores estão relacionados a parâmetros clínicos, rotina do serviço e ajustes na terapia nutricional. Recomenda-se a realização de treinamentos específicos com a equipe e a implementação de um protocolo de ação para mitigar as intercorrências. Essas medidas podem contribuir para melhorar a administração da dieta enteral em pacientes pediátricos criticamente enfermos e otimizar os resultados clínicos.

Palavras Chave

NUTRIÇÃO ENTERAL; UNIDADE DE TERAPIA INTESIVA PEDIÁTRICA; INDICADORES DE QUALIDADE; NUTRIÇÃO EM PEDIATRIA; TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL