Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral 2023

Dados do Trabalho


Título

ESCALAS, ESCORES E MEDIDAS: O QUE NOS INFORMAM NO IDOSO HOSPITALZADO?

Introdução

O número crescente de idosos hospitalizados faz com que seja necessária uma adaptação na conduta do tratamento e análise de prognóstico para produzir melhores resultados clínicos e manter a qualidade de vida. Uma forma de obter êxito é aplicar escalas, escores e medidas. Os métodos devem ser práticos, rápidos, de fácil aplicação e baixo custo, obtidos não apenas com idoso, mas com familiares, cuidadores e os prontuários hospitalares.

Objetivos

Analisar uma bateria de escalas, escores e medidas em diferentes dimensões em idosos hospitalizados e a relação com os desfechos hospitalares.

Método

Incluídos de janeiro a maio de 2023, idosos com 65 anos ou mais, hospitalizados há pelo menos 48 horas. Excluídos pacientes em final de vida. Foram realizadas as seguintes medidas: Nutritional Risk Screening – NRS; Global Leadership Initiative in Malnutrition – GLIM; Escala de Fragilidade Clínica – CFS; funcionalidade - Barthel; escore de lesão de pele - escala de Braden; circunferência da panturrilha (CP) e exames laboratoriais. As características clínicas, laboratoriais e demais variáveis foram extraídas da avaliação clínica, prontuário e informações do responsável. Análise estatística constituiu de descrição de frequências, medidas de tendência central e dispersão; realização dos testes de associação e correlação entre os valores encontrados nas escalas, escores e medidas clinicas e laboratoriais. Variáveis contínuas dicotomizadas pela mediana para teste de associação. As medidas foram tratadas como distribuição não normal após teste de Smirnof-Kolmogorov, sendo usados o teste exato de Fischer (x2) para as associações e Mann-Witney para as correlações. Realizadas a regressão logística com o óbito e linear com o tempo de internação. Significância p < 0,05.

Resultados

Observamos 200 idosos; idade 83 anos [74-89]; feminino 55%; grupos doenças principais: respiratórias 34%, gastroenterológicas 22%, neurológicas 12%, urológicas 9%, cardiológicas 8%, cirúrgicas 21%; desnutrição 49%; 2+ comorbidades 62%; câncer 25%; disfunção orgânica 29%; demência 36%; NRS 5 [4-6]; GLIM [severa 59,5%; moderada: 16%]; IMC 23,7 [20,7-26]; CFS 6 [5-7]; Barthel 55 [30-100]; CP 29 [26-33]; Braden 12 [10-14]; albumina 2,9 [2,6-3,2]; Pré-albumina 11 [8-15]; PCR 7 [3,4-14,6]. As medidas de associação não mostraram diferença significativa para o óbito. Correlação com óbito: NRS (0,008); Braden (0,012); albumina (< 0,001); pré-albumina (< 0,001); PCR (< 0,005). Regressão logística mostrou que discriminaram o óbito: NRS (0,013); Braden (0,010); albumina (0,001); pré-albumina (< 0,001); PCR (0,039) Não houve correlação das variáveis com tempo de internação hospitalar.

Conclusão

Observamos que NRS, Escala de Braden, as proteínas viscerais e a PCR estiveram associadas e com significativo poder discriminativo para o óbito. Em idosos, essas devem ser utilizadas para tomada de decisão clínica durante a internação hospitalar.

Palavras Chave

idoso; escalas, escores, prognóstico,

Área

Avaliação Nutricional

Instituições

Casa de Saúde São José - Rede Santa Catarina - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

RICARDO SCHILLING ROSENFELD, MARIANA ALBUQUERQUE, MARIANA RUBIN PEZZINI, ROSANA NOBRE BITTENCOURT, GIAN PIETRO FILIPPO