Dados do Trabalho
Título
MANEJO NUTRICIONAL FRENTE AOS RISCOS DE SINDROME DE REALIMENTAÇAO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERIENCIA
Introdução
O jejum prolongado e a desnutrição estão presentes em pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e são condições de risco para o desenvolvimento da Síndrome de Realimentação (SR). A SR é um distúrbio metabólico, com repercussões neurológicas, cardiovasculares, hematológicas, eletrolíticas e respiratórias. A identificação precoce e uso de medidas de prevenção são estratégias necessárias para o manejo no ambiente hospitalar.
Objetivos
Descrever as ações tomadas no manejo dos riscos de Síndrome de Realimentação em UTI e a importância na formação de nutricionistas do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Terapia Intensiva em hospital municipal de São Paulo.
Método
Pesquisa descritiva por meio de relato de experiência realizada em 2023 no cenário de prática do Programa de Residência, tendo como parâmetro técnico a diretriz da BRASPEN (2019).
Resultados
O rastreio do estado nutricional de todos os pacientes em internação na UTI através da avaliação nutricional semanal, seguido do monitoramento diário dos exames bioquímicos, atentando-se para baixos níveis de potássio, magnésio, fósforo e elevado sódio compõem o processo de identificação do risco para SR. Em alguns casos, a ausência de aferição de fósforo associada a alteração dos demais parâmetros demandou a discussão em equipe multiprofissional para a inclusão da análise. Quando alterados todos os parâmetros compatíveis com a SR, definiu-se como conduta multiprofissional, com discussão realizada em visitas conjuntas ao paciente, a suplementação de tiamina e reposição dos eletrólitos. Como medida preventiva à SR, a partir da admissão na UTI até a alta, a dietoterapia dos indivíduos tem a progressão lenta do suporte nutricional, incluindo aqueles em baixo risco nutricional. Para o aperfeiçoamento profissional e formação de um especialista, pautar a SR na rotina prática e nas discussões clínicas, ainda pouco explorada na literatura científica, foi um diferencial.
Discussão
As ações realizadas pelas nutricionistas residentes junto à preceptoria no manejo da SR estão alinhadas com as recomendações da BRASPEN acerca da importância de acompanhar o estado nutricional, exames bioquímicos, progredir lentamente a terapia nutricional e realizar reposição dos eletrólitos e vitaminas depletados. Além disso convergem com as descrições nos achados de Olinto et. al. (2020) e Alves et. al. (2021). A discussão de caso multiprofissional, em visitas beira leito, se mostra essencial para o atendimento integral ao paciente, tornando possível que cada profissional defina a conduta a ser tomada diante do quadro clínico.
Conclusão
A atenção nutricional em ambientes nos quais os indivíduos apresentem jejum prolongado e desnutrição, como a UTI, demanda consideração da existência de SR, e assim, da definição de condutas que a abordam, logo, especializar-se em espaços com práticas atualizadas e adequadas ao quadro clínico de pacientes críticos são diferenciais.
Palavras Chave
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA; SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO; DIETOTERAPIA.
Área
Nutrição em UTI
Instituições
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS- SP) - São Paulo - Brasil
Autores
GIULIA SANCHEZ LEONARDO, CAROLINE XAVIER ZAMINELLI