Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE DESNUTRIÇAO HOSPITALAR EM PACIENTES ONCOLOGICOS, SEGUNDO ASG-PPP

Introdução

A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais mais frequentes em pacientes oncológicos, sendo um dos principais fatores negativos para o prognóstico da doença. A triagem nutricional na admissão hospitalar identifica precocemente o risco nutricional e melhora o prognóstico clínico. Dentre as ferramentas de avaliação de pacientes com câncer, a avaliação subjetiva global preenchida pelo paciente (ASG-PPP) é considerada o padrão ouro.

Objetivos

Avaliar a prevalência de desnutrição hospitalar em pacientes oncológicos, segundo ASG-PPP.

Método

Estudo transversal, descritivo, desenvolvido no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, com 37 pacientes oncológicos, de ambos os sexos, maiores de 20 anos, submetidos a cirurgias eletivas no período de abril a junho de 2023. Para determinar a prevalência de desnutrição e avaliar o risco nutricional, utilizou-se a ASG-PPP. Essa ferramenta de avaliação e triagem nutricional foi aplicada em até 72 horas após o início da internação hospitalar. Os pacientes foram categorizados como bem nutridos (A), moderadamente desnutridos ou suspeitos de desnutrição (B) e gravemente desnutridos (C). Para isso, foram avaliados aspectos relativos à perda de peso, alterações na ingestão alimentar, sintomas gastrintestinais, alterações funcionais e exame físico do paciente.

Resultados

Os pacientes avaliados foram, em maioria, mulheres (75,6%, n=28), com idade igual ou superior a 38 anos. Os valores médios de idade foram de 56,2 ± 9,1 anos entre as mulheres e de 65,9 ± 8,1 anos, entre os homens. Os principais cânceres diagnosticados foram: mama (46%, n=17), estômago (16,2%, n=6), pulmão (10,8%, n=4) e colo do útero (8,10%, n=3). Outros tipos de cânceres foram diagnosticados em 18,9% (n=7) da amostra. Referente aos resultados da ASG-PPP, houve predominância de perda de peso relacionado com alterações na ingestão alimentar por inapetência, sintomas gastrintestinais, como diarreia e náuseas, e por alterações funcionais. Do total de pacientes, 13,5% (n=5) foram classificados em risco nutricional, 35,1% (n=13) com desnutrição moderada e 51,4% (n=19) com desnutrição grave. Ressalta-se que 86,5% (n=32) dos pacientes avaliados tinham algum grau de desnutrição. A elevada prevalência de desnutrição encontrada entre os pacientes oncológicos avaliados neste estudo, evidencia a necessidade do diagnóstico e intervenção precoce em ambiente hospitalar. Nesse sentido, a aplicação da ASG-PPP nos primeiros dias de internação pode ser útil para viabilizar a adoção de intervenções imediatas e eficientes que melhorem a resposta clínica do paciente oncológico, a prevenção de complicações e, consequentemente, a diminuição do tempo de internação hospitalar.

Conclusão

A desnutrição hospitalar, em grau moderado e grave, está presente na quase totalidade dos pacientes oncológicos avaliados neste estudo.

Palavras Chave

NEOPLASIA, AVALIAÇÃO NUTRICIONAL, DESNUTRIÇÃO