Dados do Trabalho
Título
ANALISE QUALITATIVA DO DIMENSIONAMENTO E MODELO DE TRABALHO DO NUTRICIONISTA CLINICO NA ASSISTENCIA NUTRICIONAL HOSPITALAR EM UMA ALA VASCULAR DO SUS: COMO E PORQUE APLICAR AS LEGISLAÇOES?
Introdução
O acompanhamento nutricional do paciente internado é crucial em sua evolução global, e ainda pouco discutido em setores de alta complexidade. A qualidade da assistência nutricional é diretamente influenciada pela adequação de quadro funcional do nutricionista clínico por número de leitos e pelo modelo de trabalho utilizado.
Objetivos
Análise qualitativa do impacto do modelo de trabalho do nutricionista clínico na personalização do atendimento a pacientes internados em uma ala vascular de um hospital do SUS e da importância da aplicação das legislações pertinentes ao tema.
Método
O dimensionamento de número de profissionais e atribuições obrigatórias feito para a ala vascular foi baseado na resolução CFN 600 (2018), tendo 1 profissional / 15 leitos de alta complexidade em terapia nutricional, incluindo anamnese, triagem de risco nutricional (NRS 2002), periodicidade de atendimento conforme nível de assistência em nutrição (adaptado de ASBRAN, 2014); avaliação nutricional completa semanal (RDC 503, 2021; MS, 2016) (antropométrica, bioquímica, dietética, do consumo alimentar hospitalar e exame físico); diagnóstico nutricional e intervenção personalizada (conduta nutricional, prescrição dietética e evolução nutricional) (CFN 600, 2018; CFN 304, 2003) e orientação de alta (CFN 600/2018).
Resultados
Devido ao longo período de internação, perfil de doenças, intervenções como antibioticoterapia, espera de exames e procedimentos cirúrgicos (quando estes se tornam inevitáveis), é visível que os maiores pontos críticos de controle do estado nutricional estão relacionados à avaliação, diagnóstico e intervenção personalizadas, desde que estes ocorram em tempo hábil. Observa-se também que a adequação do quadro foi fundamental para melhora no atendimento nutricional global do paciente, melhor acompanhamento de lesões, desnutrição e controle glicêmico, viabilizando condutas mais fidedignas baseadas em avaliação de consumo real, ajuste de metas energéticas e proteicas conforme evolução do grau de lesão e consequente melhora do estado nutricional na alta hospitalar.
Discussão
Apesar do grande impacto gerado pelo longo tempo de internação, esse período pode ser utilizado como grande oportunidade para ações de educação alimentar e nutricional. Tal potencialidade desse acompanhamento rotineiro hospitalar, quando atendidos os critérios de qualidade como, principalmente, disponibilidade de tempo do nutricionista clínico conforme dimensionamento e atividades preconizadas em legislação, pode promover um cenário de atendimentos e intervenções mais viáveis e com melhores desfechos para o paciente, considerando o cenário do município.
Conclusão
Tal proposta não substitui, e sim, só complementa maiores investimentos no acompanhamento ambulatorial nutricional dessa rede de serviço público, o qual colaboraria para evitar internações e reinternações.
Palavras Chave
Nutricionistas, SUS, lesões vasculares, dimensionamento de equipe
Área
Nutrição em doenças crônicas
Instituições
Hospital Municipal dr. Arthur Domingues Pinto - São Paulo - Brasil, UNIFESP - São Paulo - Brasil
Autores
ANA CRISTINA RODRIGUES FERREIRA CRUZ, ANDREA SILVANO OLIVEIRA CALIXTO, LÍVIA PATRICIA RODRIGUES BATISTA, JOÃO FILIPE DIAS OLIVEIRA MONTEZ, LAURA FERREIRA THEODORO, FLAIANE MORAIS FERREIRA, IARA SANTOS ALMEIDA, NATALIA SCHOPP OLIVEIRA VIANA