Dados do Trabalho

Título

CONSUMO DE ALIMENTOS IN NATURA ENTRE PACIENTES ONCOLOGICOS EM TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO: CLASSIFICAÇAO NOVA DOS ALIMENTOS

Introdução

O câncer é uma das doenças crônicas não transmissíveis com índice elevado de mortalidade no mundo. A qualidade da dieta de indivíduos diagnosticados com câncer é fundamental na evolução clínica. Com a edição do Guia Alimentar (2014), instituiu-se a classificação NOVA dos alimentos de acordo com o grau de processamento, sendo incentivado o consumo de alimentos in natura, estratégia relacionada com a prevenção, tratamento e acompanhamento da doença. Alimentos in natura de fontes vegetais e animais são a base para uma alimentação balanceada nutricionalmente, fontes de nutrientes antioxidantes que podem exercer efeito protetor da carcinogênese. Alimentos ultraprocessados são de baixa qualidade nutricional, hipercalóricos, sendo maléficos à saúde dos indivíduos.

Objetivos

Analisar e comparar o consumo de alimentos in natura em pacientes oncológicos em tratamento e acompanhamento.

Método

Estudo transversal e prospectivo com pacientes acompanhados no ambulatório de gastro-oncologia da UNIFESP, entre setembro/2020 a julho/2021, com diagnóstico de câncer gástrico ou colorretal, os quais foram distribuídos em dois grupos, G1- em tratamento e G2- em acompanhamento. O consumo alimentar foi compreendido pelo recordatório 24h, método Multiple Pass. Dados coletados registrados no software Nutrabem e categorizados pela classificação NOVA. Foram analisados os dados somente das características nutricionais provenientes de alimentos in natura.

Resultados

Foram avaliados 88 pacientes, sendo 48 no G1 e 40 no G2. Média de idade 62 anos. O consumo energético proveniente de alimentos in natura foi 787.25 kcal (±396.82) no G1 (60,04% do VET médio) e 986.04 (±354.02) no G2 (65,49% do VET médio). O consumo de carboidratos foi de 170,59g (±49,46) no G2 e 193,27g (±60.92) no G1, representando 61,71 % e 69,21%, respectivamente, do total de carboidratos consumido (p=0.003). Para proteínas, consumo de 48,84g (±30.71) no G1 e 62,44g (±32.63), no G2, representando 80,58% e 82,31%, respectivamente, do total da dieta (p=0.020). O consumo de fibras foi de 10,01g (±7.23) no G1 e 14,21g (±7.86) no G2, representando 79,82% e 84,08%, respectivamente, do total da dieta (p=0.004).

Conclusão

O estudo possibilitou observar a qualidade nutricional da dieta de pacientes oncológicos com base na classificação NOVA, onde se constatou que a maior fonte de carboidratos, proteínas e fibras são advindas de alimentos in natura cuja qualidade nutricional é melhor. Entretanto, mais estudos são necessários, trazendo mais variáveis, para definir um perfil do consumo alimentar com base na classificação NOVA.

Palavras Chave

CÂNCER, NUTRIENTES, GRAU DE PROCESSAMENTO