Dados do Trabalho
Título
EVOLUÇAO DO DIAGNOSTICO DE SARCOPENIA E SINDROME DA FRAGILIDADE NA ADMISSAO E 30 DIAS APOS A FRATURA DE QUADRIL EM IDOSOS.
Introdução
A fratura de fêmur proximal é usualmente encontrada em pacientes idosos, é considerada a mais complexa dentro do grupo de fraturas por fragilidade, apresentando alta morbimortalidade, necessitando de intervenção cirúrgia, levando a imobilização dos pacientes, dependência, dor crônica e perda da qualidade de vida. Sendo um dos contribuinte para a síndrome da fragilidade do idoso e a sarcopenia.
Objetivos
Avaliar a presença de sarcopenia e síndrome da fragilidade e sua associação com a espessura muscular do reto femoral e vasto lateral e intermédio, avaliados pela ultrassonografia em pacientes idosos com fratura de fêmur, na fase aguda (72h após o trauma) e subaguda (30 dias).
Método
Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, que avaliou pacientes idosos com fratura de fêmur na fase aguda (72h após o trauma) e na fase subaguda (30 dias após a fratura), no período de março de 2022 a junho de 2023. Para o diagnóstico da sarcopenia foram realizadas avaliações corporais por meio da bioimpedância elétrica (BIA) (Seca mBCA 525) e ultrassonografia muscular (US) (Transdutor de Ultrassom Linear L12-4 Philips Lumify). Para aferir a força de preensão palmar utilizou-se o dinamômetro JAMAR. A síndrome da fragilidade foi avaliada por meio da escore de parker e palmer (P/P), e escala clínica de fragilidade (CFS), tendo como ponto de corte para fragilidade CFS ≥ 5. Os exames foram repetidos em ambas as fases da fratura. Os dados foram expressos por meio da regressão logística.
Resultados
Dos 114 pacientes avaliados, 70,8% (89) eram do sexo feminino. Na fase aguda (m0) 37,8% (36) dos idosos apresentavam sarcopenia, alterando-se para 43,3% (26) na fase subaguda. A prevalência da síndrome da fragilidade no m0 era de 46% (53), em contrapartida estes valores aumentaram para 70,8% (51) no m1. Ressalta-se que a avaliação corporal pela BIA depende do estado de hidratação dos pacientes, resultando em 95 exames no m0 e 60 no m1, sendo consequência da ausência ao retorno ambulatorial, óbito ou desidratação. A sarcopenia avaliada pela BIA e testes de força, associaram-se espessura muscular do reto (MuR) e vasto lateral e intermédio (MuV) na fase subaguda apresentando OR=0,04; CI= 0,003-0,576 e p=0,01, para MuR e OR= 0,155; CI= 0,02-0,83 e p=0,03. Mediante a redução de 1 centímetro da MuR, amplia para 25 vezes a chance de sarcopenia, já para a MuV as chances aumentam para 6,4 vezes.
Conclusão
Com base nos dados analisados, pode-se concluir que as medidas musculares do reto, vasto lateral e intermédio, avaliados pelo ultrassom se associaram a sarcopenia avaliada pela BIA e dinamometria. Destacando-se como um método promissor para o diagnóstico de sarcopenia em idosos com fratura de quadril.
Palavras Chave
FRATURA DE FÊMUR; ENVELHECIMENTO; ULTRASSONOGRAFIA MUSCULAR; BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA; SARCOPENIA; SÍNDROME DA FRAGILIDADE.
Área
Nutrição no envelhecimento
Instituições
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp Botucatu - São Paulo - Brasil
Autores
VICTÓRIA MORALEZ SOARES, THAÍS CAROLINE SILVA PICCOLI, JÉSSICA CAROLINE FERREIRA, PAULA SCHIMIDT AZEVEDO