Dados do Trabalho

Título

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES EM FILA DE TRANSPLANTE HEPATICO

Introdução

O transplante hepático é o tratamento indicado para pacientes com doenças hepáticas avançadas, possibilitando maior sobrevida destes indivíduos. A nutrição tem papel fundamental no tratamento desses pacientes, visto que frequentemente os mesmos se encontram desnutridos devido à diversos fatores associados à doença e ao tratamento. É fundamental a aplicação de métodos para identificar os pacientes em risco nutricional e priorizar intervenções nutricionais, uma vez que a desnutrição está associada ao aumento de morbimortalidade desses doentes.

Objetivos

Identificar o perfil nutricional de pacientes em lista de transplante hepático.

Método

Estudo retrospectivo observacional, realizado com dados de prontuário de pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, em lista de transplante hepático acompanhados pelo serviço, no período de outubro de 2020 a junho de 2023. As avaliações ocorreram de forma presencial através de consulta ambulatorial ou em internação pré-transplante. A avaliação nutricional incluiu, conforme possibilidade, aferição de medidas antropométricas como circunferência de braço, circunferência de panturrilha (CP) e dobra cutânea triciptal, Índice de Massa Corporal (IMC) e força de preensão palmar (FPP), além de anamnese nutricional e recordatório habitual de consumo alimentar.

Resultados

Foram avaliados 36 pacientes em fila de transplante hepático, sendo 10 do sexo feminino e 26 do sexo masculino. Dos pacientes, 55,6% (n=20) eram idosos e 44,4% (n=16) adultos, com idades entre 34 a 74 anos. Nos idosos classificados segundo o IMC, 5% (n=1) apresentaram baixo peso; 50% (n=10) peso adequado e 45% (n=9) excesso de peso. Através da CP, 15% (n=3) apresentaram baixa massa muscular, 75% (n=15) massa muscular preservada e 10% (n=2) houve impossibilidade de coleta. Referente à FPP, 40% (n=8) apresentaram força preservada, 40% (n=8) baixa força e 20% (n=2) houve impossibilidade de coleta. Nos adultos, segundo o IMC, 56% (n=9) eram eutróficos; 37,5% (n=6) apresentavam sobrepeso e 6,5% (n=1) obesidade. Referente à FPP, 37,5% (n=6) apresentaram força preservada, 50% (n=8) baixa força e 12,5% (n=2) houve impossibilidade de coleta.

Discussão

Pode-se observar que o IMC isolado não é um método sensível para identificação do diagnóstico nutricional, não devendo ser utilizado de forma isolada. Através da FPP foi possível verificar que aproximadamente 50% dos pacientes apresentavam força muscular reduzida, indicando provável perda de massa magra.

Conclusão

A avaliação nutricional do paciente hepatopata envolve dificuldades, uma vez que é comum a presença de edema e ascite, mascarando o peso corporal e circunferências. Dessa forma, conclui-se que métodos adicionais, como aferição da FPP constitui importante ferramenta para identificação do risco e diagnóstico nutricional.

Palavras Chave

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL; TRANSPLANTE HEPÁTICO; ESTADO NUTRICIONAL