Dados do Trabalho
Título
ULTRASSONOGRAFIA DA COXA: UMA ABORDAGEM PROMISSORA PARA AVALIAÇAO DA COMPOSIÇAO CORPORAL EM IDOSOS COM FRATURA DE FEMUR
Introdução
A fratura de fêmur proximal em idosos resulta em imobilização prolongada e redução da funcionalidade. A avaliação da composição corporal nesses pacientes é desafiadora, mas a ultrassonografia da coxa pode ser uma ferramenta útil para medir a espessura dos músculos e a quantidade de gordura presente.
Objetivos
Investigar se as medidas ultrassonográficas da gordura e musculatura da coxa em idosos com fratura de fêmur e sua possível associação com a mortalidade em um período de 30 dias.
Método
Estudo de coorte prospectivo em idosos com fratura de quadril por osteoporose. Os participantes foram submetidos a avaliações demográficas, clínicas e de gravidade utilizando o escore Nottingham hip fracture (NHFs), que calcula o risco de mortalidade em 30 dias considerando vários fatores. A composição corporal foi avaliada por meio da ultrassonografia muscular (US). As variáveis foram comparadas de forma univariada e por regressão logística, ajustadas pelo escore de gravidade NHFs. O nível de significância adotado foi de 5%.
Resultados
Foram incluídos 104 pacientes, sendo 78,8% (82) do sexo feminino e 21,15% (22) do sexo masculino. Estes foram divididos em dois grupos, levando em consideração a mortalidade em um período de 30 dias. O Grupo O, representou 11,5% (12), enquanto o Grupo S, representou 88,5% (92). Houve tendência para o grupo óbitos (O) ter menor espessura do músculo do reto femoral (MR): O=1,5 (0,9-1,8); S=1,7 (1,3-2,0) (p=0,05) e maior gordura/músculo do reto femoral (GR/MR): O=0,7 (0,3-0,9); S=0,4 (0,3-0,6) (p=0,058). Outros parâmetros como: vasto lateral, gordura lateral foram semelhantes. Pela regressão logística, ajustada por NHFS, a espessura do MR associou-se à mortalidade em 30 dias (OR=0,245; CI=0,06-0,94; p=0,041). A cada 1 cm de diminuição na espessura do reto femoral aumenta em 4,08 vezes a chance de óbito em 30 dias.
Discussão
Neste estudo, foi observado que pacientes que vieram a óbito em 30 dias apresentaram uma menor espessura do músculo do reto femoral em comparação com os pacientes que sobreviveram. Ao considerar o escore de gravidade, essa menor musculatura do músculo reto femoral esteve associada a uma maior chance de mortalidade em 30 dias. No entanto, é importante realizar mais pesquisas para confirmar essas descobertas e considerar outros fatores relevantes, como comorbidades e tratamentos recebidos.
Conclusão
Conclui-se que a avaliação da espessura do reto femoral por meio de ultrassonografia da coxa pode ser uma ferramenta útil na avaliação prognóstica da mortalidade em idosos após fratura de fêmur proximal.
Palavras Chave
FRATURA DE FÊMUR, MORTALIDADE, ULTRASSOM
Área
Avaliação Nutricional
Autores
THAIS CAROLINE DA SILVA PICCOLI, VICTORIA MORALEZ SOARES , JESSICA CAROLINA FERREIRA , BEATRIZ AZEVEDO BERNARDINO, PAULA SCHIMIDT AZEVEDO GAIOLA