Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral 2023

Dados do Trabalho


Título

TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL NA DESNUTRIÇAO GRAVE EM TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE CASO

Introdução

A Doença Ulcerosa Péptica (DUP) é uma lesão por erosão na mucosa do Trato Gastrointestinal por hipersecreção ácida. A desnutrição, nesses casos, pode ocorrer por estenoses, que podem resultar em ressecções, impedindo a ingestão e absorção adequada dos nutrientes, com maior predisposição à internação prolongada, menor tolerância ao tratamento e maior morbimortalidade.

Objetivos

Relatar o manejo nutricional em paciente com desnutrição crônica grave por DUP em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Método

Relato de caso clínico realizado em hospital público de alta complexidade. As informações foram obtidas por anamnese, exames laboratoriais, medidas antropométricas e dados clínicos do prontuário eletrônico.

Resultados

Paciente de 39 anos, sexo feminino, com diagnóstico de DUP com estenose péptica, submetida à Gastrectomia Subtotal com reconstrução à Billroth, ressecções e reconstruções de gastroenteroanastomoses e vagotomia troncular entre 2017 e 2022. Admitida em UTI com diagnóstico de Pneumonia Aspirativa. O peso prévio ao diagnóstico era de 70kg, na admissão era de 35kg e após 44 dias de internação foi aferido 27,5kg, com IMC de 10,47kg/m² e classificação de desnutrição grave. Evoluiu com Insuficiência Respiratória Aguda, uso de Ventilação Mecânica e Traqueostomia, com contraindicação da alimentação por via oral, sendo mantida Nutrição Enteral em posição pós pilórica. A Terapia Nutricional Enteral (TNE) transcorreu com uso de dieta oligomérica, normocalórica e normoproteica, com aporte proteico modular. Uma das estratégias para ganho de massa magra foi a utilização de Nandrolona 25 mg junto a exercícios resistidos. O cálculo do Balanço Nitrogenado (BN) inicial resultou em +5.2, com boa tolerância física aos exercícios. Porém, após Infecção de Corrente Sanguínea por acinetobacter, houve a suspensão momentânea do uso do anabolizante, com piora clínica. Os resultados seguintes de BN foram +1.07 e +0.8, respectivamente, mesmo com otimização da oferta proteica. Nesse contexto, foi indicada terapia nutricional parenteral complementar (TNP), sendo otimizado o aporte proteico por esta via e mantida dieta enteral trófica, ofertando um total de 34kcal/kg/dia (23kcal via TNP e 11kcal via TNE) e 2,7g de proteína/kg/dia (2,2g via TNP e 0,5g via TNE). Após essa intervenção o BN se deu em +2.3, de forma que a terapia mista foi considerada mais eficaz que a TNE exclusiva.

Discussão

Conclusão

A recuperação do estado nutricional na caquexia refratária é lenta e apresenta diversos desafios para o paciente e familiares durante a internação hospitalar. A otimização da terapia nutricional pode favorecer a reabilitação nesses quadros complexos. Porém, a limitação terapêutica pode ser uma adversidade para o desfecho clínico e requer reconhecimento.

Palavras Chave

DESNUTRIÇÃO; TERAPIA NUTRICIONAL; ANABOLIZANTE; TERAPIA INTENSIVA.

Área

Nutrição em UTI

Instituições

Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LETICIA KLEIN CARLAN VASCONCELOS MENDES, GABRIELA DELVAUX GERSELY, BIANCA DE MEDEIROS PEREIRA, AMANDA CAROLINA VIEIRA, NAYRA DA SILVA SANTOS, MARCELO VICTOR MOURA DA SILVA, CÍNTIA FERNANDES RESENDE MOLEIRO, PATRICIA STANICH