Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral 2023

Dados do Trabalho


Título

CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS INFECTADAS E ESTADO NUTRICIONAL EM CIRURGIA CARDÍACA

Introdução

Entre os fatores que predispõem complicações cicatriciais no processo pós-cirúrgico, está a infecção de ferida operatória - IFO, sendo mais comum a IFO de retirada da veia safena, arterite relacionada à cateterização arterial, infecção da ferida esternal e mediastinite.

Objetivos

Avaliar a evolução cicatricial das feridas cirúrgicas infectadas e correlacionar com o estado nutricional.

Método

Estudo observacional, descritivo, longitudinal, realizado no período de maio de 2019 a dezembro de 2020, em uma instituição especializada em cardiologia, localizada no município de São Paulo - SP. A amostra foi constituída por pacientes pós-cirúrgicos (valvopatas/coronariopatas), internados em enfermaria, que apresentavam deiscência de anastomose e IFO. Foi realizada a avaliação do estado nutricional nas primeiras 48 horas da admissão e sua reavaliação a cada 7 dias durante o período de internação.

Resultados

O estudo contou com a participação de 14 pacientes e ao longo de 4 semanas, observou-se que 5 pacientes permaneceram com a ferida infectada e aberta, com aumento no comprimento em cm (média 19,33 ±1,52) e escore de Push (média 8,67 ±9,00). A correlação de Spearmann demonstrou correlação entre as variáveis do estado nutricional e evolução cicatricial, sendo significativa entre o índice de massa corporal - IMC e escore de Push (p=0,014); dobra cutânea bicipital - DCB e largura (cm) da ferida (p=0,046); força de preensão manual da mão dominante - FPMmd e largura (cm) (p=0,028); FPMmnd e comprimento (cm) (p=0,031) e espessura do músculo adutor do polegar da mão dominante-EMAPmnd e largura (cm) (p=0,025), significando que quanto maior o aumento da variável antropométrica, maior foi o aumento da variável da ferida. Por meio do teste ANOVA verificou-se variação significativa das medidas ao longo de 4 semanas, % de adequação da circunferência do braço - CB (p=0,000); DCB (p=0,000), dobra cutânea tricipital - DCT (p=0,015) e % de adequação da DCT (p=0,007), desta forma, observou-se redução progressiva das medidas antropométricas no decorrer das semanas. O escore total do Push, apresentou média inicial de 5,64 ±3,48 e ao longo de 4 semanas, aumentou para 8,67 ±9,00, significando um retardo cicatricial. Isso pode ter ocorrido devido ao curto período de acompanhamento em relação a outros estudos e as possíveis abordagens que a enfermagem e equipe médica realizaram a fim de promover a cicatrização. Não foram encontradas correlações significativas entre as variáveis do estado nutricional e evolução cicatricial.

Discussão

Conclusão

Embora o estado nutricional participe da multifatoriedade que predispõem a cicatrização, não ficou evidente uma correlação significativa entre uma evolução cicatricial linear e a evolução do estado nutricional.

Palavras Chave

CICATRIZAÇÃO; FERIDA; CIRURGIA CARDÍACA; TERAPIA NUTRICIONAL; COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS.

Área

Avaliação Nutricional

Instituições

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - São Paulo - Brasil

Autores

PATRICIA RODRIGUES OLIVEIRA, IZABEL TOMIE URAKAWA, MARIA JOSE SANTOS, ISABELA CARDOSO PIMENTEL MOTA, LENITA GONÇALVES BORBA