Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral 2023

Dados do Trabalho


Título

RISCO CARDIOMETABOLICO AVALIADO PELO INDICE DE CONICIDADE EM PACIENTES ADULTOS HOSPITALIZADOS

Introdução

A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, caracterizada pelo excesso de tecido adiposo e fator de risco para diversas alterações metabólicas interligadas pela resistência à insulina e inflamação crônica de baixo grau. Métodos antropométricos, de baixo custo e não invasivos, podem ser de grande valia na determinação do risco cardiometabólico em pacientes atendidos pelo SUS. O índice de massa corporal (IMC) é o indicador mais utilizado para diagnóstico da obesidade, mas não é capaz de predizer a concentração abdominal do excesso de tecido adiposo. Nesse sentido, o índice de conicidade (ICON) é reconhecido como bom indicador de adiposidade central, e tem sido proposto como preditor de risco cardiometabólico em pessoas de diversas idades.

Objetivos

Avaliar a frequência de obesidade central e o risco cardiometabólico pelo índice de conicidade em pacientes adultos hospitalizados.

Método

Estudo transversal descritivo, desenvolvido com 65 pacientes adultos, de ambos os sexos, internados no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí. Os pacientes foram caracterizados quanto ao sexo, idade e prática de atividade física. Na admissão hospitalar, foram aferidos peso (Kg), altura (m) e circunferência da cintura (CC), seguindo-se os protocolos vigentes. Os dados obtidos foram utilizados para cálculo do IMC e ICON.

Resultados

Neste estudo, predominou pacientes do sexo feminino (95,4%, n=60), sedentários (57%, n=37), com média de idade (anos) de 50,4±14,3 (mulheres) e 55,2±20,8 (homens). Os valores médios de IMC (Kg/m2) foram de 27,5±4,2 e 28,17±3,8, respectivamente, para mulheres e homens, indicando sobrepeso em indivíduos de ambos os sexos. As médias de CC (cm) foram 89,4±8,2 e 95,2±2,3, indicando risco cardiometabólico aumentado em mulheres e homens, respectivamente. Os valores médios do ICON foram 1,25±0,13 (mulheres) e 1,27±0,70 (homens), ambos indicativos de obesidade central nos pacientes avaliados. Considerando os pontos de corte referentes ao ICON > 1,25 para homens e > 1,18 para mulheres, como indicativos de aumento do risco cardiometabólico, os resultados mostraram risco elevado de doenças cardiovasculares em 75% (n=45) das mulheres e 80% (n=4) dos homens avaliados neste estudo. A indicação de risco cardiovascular pelo ICON foi concordante com os resultados encontrados na avaliação pela CC, método fortemente associado com gordura visceral e risco cardiometabólico.

Discussão

Conclusão

Neste estudo, conclui-se que nos pacientes hospitalizados há elevada frequência de excesso de peso corporal, com concentração aumentada de adiposidade central e consequente aumento do risco cardiometabólico, conforme evidenciado pelo índice de conicidade.

Palavras Chave

Circunferência da cintura. Obesidade abdominal. Gordura visceral. Risco cardiovascular.

Área

Avaliação Nutricional

Autores

MARIA SHELDA DE OLIVEIRA NERES, RICARDO COSTA SILVA, MAÍSA GUIMARÃES SILVA PRIMO, ANA LINA DE CARVALHO CUNHA SALES, GILMARA PÉRES RODRIGUES