Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral 2023

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA INGESTÃO ALIMENTAR E PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTAÇÃO ORAL E NUTRIÇÃO ENTERAL EM PACIENTES INTERNADOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Introdução

Segundo o estudo IBRANUTRI a desnutrição está presente em 48,1% dos enfermos hospitalizados no Brasil, dado de relevância frente às alterações sistêmicas ocasionadas pelo déficit nutricional.

Objetivos

Avaliar a ingestão alimentar e prescrição de suplementação oral e nutrição enteral em pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público de Lagoa Santa.

Método

Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado com pacientes internados na UTI. A pesquisa se baseia na avaliação do estado nutricional pela Avaliação Global Subjetiva, além da avaliação da aceitação da dieta oral por meio da utilização de uma escala visual e coleta de dados dos pacientes acompanhados.

Resultados

Foram avaliados 22 pacientes, com idade média de 68,41 ± 13,29 anos, sendo 59,1% (n=13) do sexo masculino e 40,9% (n=9) do sexo feminino. Os principais motivos de internação foram doenças cardíacas 50% (n=11), doenças respiratórias 22,7% (n=5), doenças infecciosas 9,1% (n=2) e outros 18,2% (n=4), com tempo médio de internação de 6,18 ± 3,56 dias. Quanto ao diagnóstico nutricional, 54,5% (n=12) foram classificados como bem nutridos, 27,3% (n=6) desnutridos moderados e 18,2% desnutridos graves (n=4). Em relação a aceitação das dietas durante o período de acompanhamento, 45,4% (n=10) dos pacientes tiveram aceitação menor que 60% das necessidades nutricionais, 36,4% (n=8) tiveram aceitação entre 60 e 80% e 18,2% (n =4) tiveram aceitação maior que 80%. O suplemento oral foi indicado e prescrito para 86,4% (n=19) dos pacientes e 89,5% (n=17) obtiveram aceitação de 100% da suplementação. A nutrição enteral foi indicada em 27,3% (n=6) dos casos, porém, não foi iniciada em nenhum paciente.

Discussão

No presente estudo, observa-se uma elevada taxa de desnutrição associada a um índice alarmante de baixa aceitação da dieta oral. Os pacientes com idade média superior a 68 anos e do sexo masculino foram mais propensos à internação na UTI, sendo a presença de doença cardíaca o principal fator de risco associado. Além disso, evidencia-se com o estudo o seguimento parcial das diretrizes nutricionais, com indicação e prescrição correta da suplementação oral em casos de ingestão alimentar abaixo de 80% das necessidades dietéticas e déficit na prescrição da nutrição enteral precoce que não foi iniciada em nenhum dos pacientes com ingestão nutricional abaixo de 60%.

Conclusão

A suplementação oral foi indicada e prescrita seguindo as diretrizes de cuidado nutricional. Contudo, apesar dos benefícios já descritos na literatura acerca da nutrição enteral precoce em pacientes desnutridos na UTI, observou-se uma resistência no início dessa terapia que não foi prescrita para nenhum paciente com indicações dietéticas.

Palavras Chave

DESNUTRIÇÃO; NUTRIÇÃO ENTERAL; DIETA ORAL; SUPLEMENTO ORAL

Área

Nutrição em UTI

Instituições

FAMINAS - Minas Gerais - Brasil

Autores

WELTON GOMES DE PAULA, ESTHER FERREIRA BARROSO NUNES, ALINE STANGHERLIN MARTINS