Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DA ADEQUAÇAO DA META PROTEICA EM PACIENTES DE UTI INTERNADOS NO HOSPITAL UNIVERSITARIO DE LONDRINA.

Introdução

O paciente crítico passa por uma série de distúrbios metabólicos e hormonais que levam a diferentes graus de inflamação, podendo resultar em aumento do gasto energético e catabolismo proteico, com proteólise intensa e perda muscular, levando a fraqueza adquirida na Unidade Terapia Intensiva (UTI) e maior morbi-mortalidade. A monitorização da oferta proteica em terapia intensiva deve ser realizada entendendo e respeitando o momento metabólico do paciente e está relacionada a melhores desfechos clínicos.

Objetivos

Avaliar a adequação proteica de pacientes adultos em terapia nutricional (TN) internados em UTI.

Método

Foi realizado estudo retrospectivo com dados obtidos em formulário de acompanhamento nutricional de 289 pacientes adultos internados em seis UTIs no período de Agosto/2022 a Abril/2023. A meta proteica padronizada para pacientes eutróficos de 1,5 g/kg peso atual; para obesos com IMC entre 30-40 de 2,0 g/kg peso ideal; IMC >40 de 2,5 g/kg peso ideal e se pacientes cirúrgicos 02 g/kg peso atual. Foram avaliados a meta de infusão da TN em diferentes dias de internação: D1, D4, D7, D10, D15 e D20. Foi considerado a média e desvio padrão das variáveis.

Resultados

Os pacientes apresentaram uma média de peso de 71,3±3,5 kg, IMC de 26,6±1,9 kg/m², volume de dieta enteral prescrito de 1000,6±163,6 ml/dia, sendo infundido 678,4±295,4ml/dia, 64±22% do volume prescrito. A meta proteica recebida foi de acordo com os seguintes dias de internação: D1- 0,4±0,5 g/kg ; D4- 0,9±0,6 g/kg ; D7- 1,1±0,7 g/kg ; D10- 1,1±0,8 g/kg; D15 - 1,2±0,8 g/kg; D20- 1,5±1,2 g/kg.

Discussão

A evolução da TN ocorre de forma gradual, alcançando a meta em torno do quarto dia. Houve uma progressão da meta proteica conforme a recomendação das diretrizes de TN, não atingindo a meta proposta de 1,5 g/kg/dia no D7, com adequação de 73% da meta proteica padronizada . Os fatores que contribuíram para não atingir a meta proposta foram a instabilidade hemodinâmica, estase > 500 mL, jejum pré-operatório, jejum para exames ou contraindicação por algum motivo como distensão abdominal, êmese e outros. Nos pacientes em D15 e D20 receberam mais que 80% da meta proteica, provavelmente pela redução nas intercorrências e adesão da equipe multidisciplinar no protocolo de TN da instituição.

Conclusão

A adequação proteica no D7 e D10 não atingiram a meta proposta. Considerando a importância da meta proteica no desfecho clinico, torna-se necessário o monitoramento das intercorrências que levaram à não adequação da meta proposta e implantar medidas que possam otimizar a TN .

Palavras Chave

META PROTEICA, TERAPIA NUTRICIONAL, PACIENTE CRÍTICO.

Área

Nutrição em UTI