Dados do Trabalho
Título
IMPACTO DO PROTOCOLO MULTIPROFISSIONAL DE SARCOPENIA EM PACIENTES ONCOLOGICOS INTERNADOS EM UNIDADE HOSPITALAR DO RIO DE JANEIRO
Introdução
A sarcopenia é definida como a perda de massa associada à perda de função muscular, comumente presente em pacientes com câncer de diferentes tipos e estágios, sendo prevalente em até 80% dos pacientes em estágios avançados. Pacientes oncológicos e sarcopênicos podem apresentar pior resposta e aumento da toxicidade relacionada ao tratamento, assim como aumento no tempo de internação e em custos hospitalares.
Objetivos
Avaliar o impacto do exercício resistido associado à suplementação protéica na sarcopenia em pacientes com câncer, durante a internação hospitalar.
Método
Trata-se de uma coorte prospectiva que incluiu pacientes oncológicos, classificados em risco de sarcopenia, internados no período de 1 de março a 30 de abril de 2023, em um hospital privado especializado em tratamento oncológico. Todos os pacientes foram avaliados por um nutricionista quanto ao de risco de sarcopenia, nas primeiras 24h de internação por meio do questionário SARC-F, instrumento validado e traduzido para o português. Pacientes com escore SARC-F ≥ 4 pontos foram incluídos no protocolo institucional de sarcopenia. A avaliação da força muscular foi realizada por fisioterapeutas, diariamente, por meio do Medical Research Council (MRC). Utilizou-se a medida do 1º e do último dia de internação hospitalar. O protocolo consistiu em: 1 – realização de exercícios resistidos supervisionados pelo fisioterapeuta; 2 – acionamento da nutricionista; 3 – oferta de 27g de proteína (Whey Protein), em até 60 minutos após o exercício; 4 – garantia da administração da suplementação pela enfermagem.
Resultados
Foram incluídos 88% dos pacientes internados no período do estudo. Destes, 90% tinham diagnóstico de câncer sólido e 10% hematológico, a média de idade foi 69,4 anos e 50% eram do sexo masculino. Em relação à funcionalidade 59% dos pacientes conseguiam deambular, 23% realizavam ortostase e 18% sentavam à beira leito. Após a intervenção, a média de ingestão proteica foi de 1,39g/kg e foi identificado que 93% dos pacientes mantiveram ou ganharam força muscular, enquanto 7% perderam. Dos pacientes que perderam, 33% foram encaminhados ao CTI e 67% foram a óbito. Dos pacientes que mantiveram força, 73% receberam alta hospitalar, 20% permaneceram internados e 7% foram encaminhados ao CTI.
Discussão
Há escassez de estudos que avaliem a realização de exercício resistido, melhora da massa e função muscular associados à suplementação de proteína em indivíduos sarcopênicos oncológicos. Contudo, trabalhos apontam estas intervenções aplicadas de forma isolada como eficazes, trazendo a prevenção e tratamento da sarcopenia em paciente oncológico, evitando a sua progressão.
Conclusão
A maioria dos pacientes submetidos à realização de exercício resistido associado à suplementação protéica, no período de internação hospitalar, apresentou impacto positivo no desfecho da sarcopenia na população estudada.
Palavras Chave
câncer, sarcopenia, suplementação nutricional, atividade física
Área
Nutrição em pacientes com câncer
Instituições
São Carlos Saúde Oncológica - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
BRUNA NEVES BARREIRA, CLARICE GOMES CHAGAS TEODÓZIO, ALESSANDRA SALGADO DE SOUZA, NATHALIA FERREIRA DE SOUZA, ARIANE ALEXANDRE DE MORAES SILVA, FABIO GUILHERME SANTORO