Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral 2023

Dados do Trabalho


Título

MANEJO NUTRICIONAL EM PACIENTE SUBMETIDA A GASTRECTOMIA TOTAL SECUNDARIA A CANCER GASTRICO EM ANEL DE SINETE

Introdução

O câncer gástrico é a neoplasia maligna que ocorre na camada de revestimento interna do estômago, surge como uma lesão elevada, irregular e muitas vezes ulcerada. A gastrectomia subtotal ou total vem sendo a principal terapêutica para esta neoplasia, tanto como medida curativa como paliativa. A cirurgia consiste na retirada de todo o estômago ou parte dele com reparação do trânsito intestinal através da anastomose com o duodeno ou jejuno. Devido à grande complexidade do procedimento, a cirurgia traz várias consequências para o paciente como síndrome de Dumping, hipoglicemia e o aparecimento de fístulas.

Objetivos

Relatar a evolução clínico-nutricional e a conduta dietoterápica de uma paciente submetida a gastrectomia total secundária a câncer gástrico em anel de sinete.

Método

Estudo retrospectivo, com coleta de dados no prontuário e acompanhamento durante internamento hospitalar na Clínica Cirúrgica do HUOC/UPE no período de abril/2023 a maio/2023. A análise inclui parâmetros antropométricos: altura, peso, circunferência braquial (CB), exames bioquímicos e avaliação dietética. As necessidades nutricionais foram calculadas através do método prático para tratamento cirúrgico.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 42 anos, hipertensa, com sobrepeso (IMC pré-operatório: 25,4 Kg/m², CB: 33,4cm, %CB: 113%), submetida à gastrectomia total com esôfago-jejuno anastomose e jejuno-jejuno anastomose, no dia 12 de abril de 2023. No intraoperatório, foi realizada a passagem de sonda nasoenteral (SNE) e após finalização da cirurgia a paciente foi encaminhada para UTI cirúrgica, onde a SNE foi retirada devido mal posicionamento. No 2º dia pós-operatório (DPO), recebeu alta para enfermaria com queixas de náuseas e cefaleia e iniciou Nutrição Parenteral Periférica (NPP) perfazendo 30% das necessidades estimadas, no 3º DPO, evoluiu com melhora clínica iniciando dieta por via oral em consistência líquida, isenta de lactose e sacarose concomitante com a progressão de NPP. A dieta por via oral foi progredida para líquida total, ainda com as restrições iniciais com boa aceitação por parte da paciente, iniciando desmame da NPP. No 6º DPO houve progressão da dieta para líquida-pastosa e retirada total da NPP. Paciente recebeu alta no dia 19/04 com progressão de dieta para consistência pastosa além de orientação para acompanhamento ambulatorial.

Conclusão

A nutrição parenteral é cotada como uma maneira segura de nutrir o paciente no pós-operatório, sendo importante o monitoramento do suporte nutricional ofertado. Além disso, o acompanhamento dietético no período pré e pós-operatório foram essenciais para a manutenção do estado nutricional da paciente, associado com orientações sobre a síndrome pós gastrectomia, visando reduzir as repercussões nutricionais após o procedimento.

Palavras Chave

TERAPIA NUTRICIONAL; NUTRIÇÃO PARENTERAL; GASTRECTOMIA.

Área

Nutrição no perioperatório

Instituições

Hospital Universitário Oswaldo Cruz - HUOC/UPE - Pernambuco - Brasil, Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

DAISY CHIRLEY GOMES ARRUDA, BEATRIZ ANDRADE DIAS, FLAVIA NUNES SALVIANO, RENATA CAMPOS BEZERRA, ALEXIA LINS COSTA, JORGE ZACARIAS SILVA FIHO, RICLENYA PAULINA ALVES, EMILLY BEATRIZ SANTOS SOUZA ARAÚJO