Dados do Trabalho

Título

PERFIL DE ALEITAMENTO MATERNO EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERENCIA EM ONCOLOGIA PEDIATRICA

Introdução

O aleitamento materno tem grande influência no crescimento e desenvolvimento das crianças, além de atuar diretamente na formação do sistema imunológico. Estudos recentes têm avaliado o papel protetivo do aleitamento materno no risco de desenvolvimento de neoplasias em crianças e adolescentes.

Objetivos

Descrever o perfil de aleitamento materno numa amostra de pacientes oncológicos pediátricos num centro de referência em São Paulo – SP, admitidos no primeiro semestre de 2022.

Método

Estudo observacional de uma amostra de conveniência. Foram analisados os dados de prontuários de pacientes de ambos os sexos, de 0 a 19 anos, com diagnóstico oncológico confirmado, atendidos pelo serviço de Nutrição Clínica do Instituto de Oncologia Pediátrica/GRAACC, no primeiro semestre de 2022. As variáveis analisadas foram: aleitamento materno exclusivo, tempo de amamentação (menos de quatro meses; de quatro a seis meses incompletos; seis meses completos; de seis a doze meses incompletos; e acima de doze meses).

Resultados

Dos 409 pacientes atendidos no período, 291 tinham registro de dados referentes à amamentação no prontuário. Destes, 82 (30%) haviam sido amamentados por menos de 4 meses, sendo que 20 (7,3%) pacientes não haviam recebido aleitamento materno em nenhum momento da vida. Dos demais, 15 (5,5%) haviam sido amamentados de 4 a 6 meses incompletos, 24 (8,8%) haviam sido amamentados por até 6 meses completos, 32 (11,8%) haviam sido amamentados de 6 a 12 meses incompletos e 118 (43,5%) haviam sido amamentados por mais de 12 meses. As recomendações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde, referente à amamentação exclusiva até o sexto mês de vida, foram atendidas em 47% da amostra.

Conclusão

A amostra de pacientes estudadas apresentou baixa adesão às práticas de aleitamento materno recomendadas pelas organizações de saúde, sendo a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida e a amamentação complementar até os dois anos ou mais. Considerando o importante papel biológico que o leite materno tem no desenvolvimento do sistema imune das crianças, reforça-se a importância da adoção de práticas promotoras do aleitamento materno pelas instituições de saúde, como fator de proteção ao desenvolvimento de doenças pediátricas, dentre elas as neoplasias.

Palavras Chave

Aleitamento materno; neoplasias; câncer infantil; oncologia pediátrica;