Dados do Trabalho

Título

DIFICULDADE NO TRATAMENTO DO CONTROLE DA OBESIDADE ASSOCIADO AO NIVEL DE CORTISOL EM PACIENTE ATENDIDA EM AMBULATORIO DE NUTRIÇAO: RELATO DE CASO

Introdução

A obesidade atinge grande proporção da população mundial, e nos últimos anos, evidências associam a obesidade com o aumento do hormônio glicocorticoide do estresse, sintetizado a partir do cortisol, que influencia na redistribuição do tecido adiposo branco para a região abdominal e aumento de apetite. Além disso, o trabalho metabólico que o eixo hipotálamo hipófise-adrenal exerce na obesidade é constantemente discutido, pois está associado com outras comorbidades, o que se soma às características de desenvolvimento dos transtornos alimentares em suas psicopatologias.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente acompanhada no Centro de Referência em Obesidade do Hospital Universitário Bettina Ferro de Sousa, na cidade de Belém/PA, que apresentava obesidade grau I, transtornos alimentares, e distorção da imagem corporal e, com isso, elucidar como isso pode estar associado ao nível de cortisol.

Método

Todos os pacientes adultos atendidos no ambulatório nutricional foram convidados para participar da pesquisa de Obesidade e Cirurgia da Obesidade, aprovada sob o parecer nº 2.516.980/2018. Desta forma, a partir de um banco de dados da pesquisa e análise do prontuário eletrônico, foram selecionados os pacientes, coletados os dados de nível de cortisol, diagnóstico nutricional e exame de bioimpedância elétrica. Para a análise de transtorno alimentar e distorção da imagem corporal foi utilizado o Inventário de Transtornos Alimentares - 3 subdividido em escalas.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 49 anos, há 2 anos de acompanhamento nutricional em tratamento da obesidade. Na primeira consulta apresentou 81,4 kg de peso corporal, 1,57m de altura, Índice de Massa Corporal (IMC) de 33,02 Kg/m² e gordura corporal de 49,6 %; quanto ao nível de cortisol, apresentou 6,23µg/dL; para os transtornos alimentares foi identificado obsessão por emagrecer moderada, insatisfação corporal elevada e perfeccionismo elevado. Na Escala de Silhueta, obteve distorção positiva, no qual a paciente relatou sentir-se com “mais peso”, marcando o Índice de Massa Corporal de 47,5 Kg/m², o qual era maior do que o avaliado pelo profissional.

Conclusão

Neste relato de caso, pôde-se perceber que o nível de cortisol apresenta influência no estado de fome e saciedade do indivíduo, e deve ser tratado de forma individual, assim como os níveis de Cortisol estão associados a sintomas de comportamento alimentar desordenado. Dessa forma, a terapêutica nutricional necessita de acompanhamento especializado e individualizado para não agravar os sintomas associados aos transtornos alimentares, além da intervenção multiprofissional com terapias alternativas para manutenção do humor, controle do estresse e monitoramento de outros sinais e sintomas.

Palavras Chave

OBESIDADE; HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS; TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR.