Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DA CORRELAÇAO DO RISCO DE SARCOPENIA, INDICE DE MASSA CORPOREA E FORÇA ENTRE INDIVIDUOS COM CANCER EM AMBULATORIO DE UMA INSTITUIÇAO PRIVADA

Introdução

A sarcopenia é caracterizada pela perda de força muscular acompanhada da perda progressiva e generalizada de massa muscular esquelética em quantidade e/ou qualidade. Em pacientes oncológicos, a sarcopenia tem impacto negativo na resposta ao tratamento clínico (quimio e radioterápico) ou cirúrgico, aumentando o tempo de internação, custos hospitalares, complicações infecciosas, além de resultar em pior prognóstico e maior morbimortalidade

Objetivos

Identificar a prevalência para risco de sarcopenia pelo SARC-CalF, ou seja, o questionário de triagem para sarcopenia conjugado com a medida da circunferência da panturrilha (CP), entre indivíduos com câncer em uma instituição ambulatorial, e verificar a correlação entre sua pontuação com índice de massa corpórea (IMC) e Força de preensão palmar (FPP)

Método

Trata-se de estudo retrospectivo transversal com análise de dados demográficos, antropométricos (peso, estatura e CP) e avaliação de força de preensão palmar (FPP) coletados de prontuário eletrônico entre janeiro e dezembro de 2022 em um único centro oncológico ambulatorial. O risco de sarcopenia foi avaliado pelo SARC-CalF (ponto de corte ≥ 11), o IMC calculado com base no peso e altura coletados, seguindo os pontos de corte OPAS (2002) para idosos e OMS (1995) para adultos. A FPP foi medida através de um dinamômetro manual hidráulico realizado com a mão não dominante, sendo o ponto de corte adotado para baixa FPP de acordo com o sexo (homens <27kg/f; mulheres <16kg/f) conforme proposto pelo grupo europeu de estudos em sarcopenia (EWGSOP2).Dados descritivos não paramétricos foram expressos por mediana e intervalo interquartil e a proporção de frequências em porcentagem. A normalidade das variáveis foi verificada por teste de Shapiro-Wilk. A análise de correlação foi calculada pelo teste de Spearman.

Resultados

Foram incluídos 507 pacientes com mediana de 66 anos (63-72) sendo 264 mulheres (52,07%) e 97,7% da amostra eram idosos. Os tumores mais frequentes foram de trato gastrintestinal (40,2%), geniturinário (20,9%) e pulmão (14,5%). O risco de sarcopenia pelo SARC-CalF foi identificado em 48,32% (n=245) da amostra, sendo 58,3% mulheres. O valor da mediana do IMC foi 25 (21-27) kg/m2, do SARC-CalF foi 9 (3-13) e de FPP ajustada para o sexo foi 16 (12-23) kgf. O SARC-CalF apresentou correlação moderada negativa com a FPP (Rho=-0,42; p<0,001) e com o IMC (Rho=-0,47; p<0,001).

Conclusão

A prevalência do risco de sarcopenia nesta amostra ambulatorial foi alta, especialmente entre mulheres idosas, com correlação negativa entre a pontuação do SARC-CalF com o IMC e com a FPP, o que indica que o rastreamento da sarcopenia no câncer, é fundamental para pacientes durante o seguimento ambulatorial, em especial nesta amostra de população com maior risco de sarcopenia, para posterior intervenção nutricional.

Palavras Chave

SARCOPENIA; ONCOLOGIA; IDOSOS; AMBULATÓRIO