Dados do Trabalho

Título

INCIDENCIA DE DISFUNÇAO GASTROINTESTINAL EM PACIENTES COM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO HOSPITAL UNIMED CAMPOS

Introdução

A doença crítica impacta no Trato Gastrointestinal (TGI) superior à medida que condições relacionadas à doença, intervenções ou medicamentos prejudicam a motilidade gástrica, sendo alguns fatores correlacionados a dismotilidade do paciente criticamente enfermo, o edema de alças intestinais associado à sobrecarga de líquidos, a hipoperfusão dos tecidos gástricos, a hiperglicemia associada ao estresse metabólico. Essa condição é atualmente descrita como disfunção gastrointestinal (DFGI), reconhecida como um problema complexo e relevante devido à alta incidência observada nos doentes graves, em média 60%. A DFGI pode impactar diretamente em maior risco de desnutrição e suas complicações.

Objetivos

Avaliar incidência de DFGI em paciente em terapia enteral exclusiva internados em unidade de terapia intensiva; e avaliar o impacto no alcance das metas nutricionais

Método

Trata-se de estudo piloto retrospectivo analítico realizado com informações da unidade de terapia intensiva do Hospital Unimed Campos (RJ), por meio de análise de banco de dados dos indicadores de qualidade em terapia nutricional do setor de nutrição clínica no período de março a junho de 2023. Foram coletados e analisados como desfechos primários de disfunção em TGI, apenas a incidência de diarreia (> 3 de evacuações liquidas por dia) e constipação intestinal (> 5 dias de evacuação ausente). Como desfecho secundário foi realizado a análise do impacto dessas disfunções no alcance das metas nutricionais.

Resultados

Foi considerada para análise uma média/dia de 10 (±1,8) pacientes criticos em terapia nutricional enteral exclusiva. A incidência de constipação intestinal encontrada foi de 9,3% (±0,02), superior à de diarreia 5,6% (±0,2). Da média diaria de 3 (±0,09) pacientes que não alcançaram a meta prescrita, foi encontrado o inverso, sendo 5,9% (±0,06) não alcançando por causa de diarreia não controlada e 2,9% (±0,06) devido à constipação, sendo o total de 8,5% com disfunção de TGI que impactou no suporte nutricional. Estes resultados divergem com estudos, que encontram maior incidência de diarreia dentro das UTIs. Acreditamos que a forma como os dados são tabulados precisa ser revisada de acordo com os consensos, para melhor definição e detalhamento das causas, e posterior criação de protocolos de manejo de disfunções em TGI na terapia intensiva, uma vez que, essas complicações podem ser causa do não atingimento das metas calorico – proteicas nos pacientes, corroborando para a desnutrição intra-hospitalar.

Conclusão

A incidência de constipação intestinal apesar de superior à de diarreia, teve impacto menor no suporte nutricional dos pacientes. Conclui-se que existem limitações no serviço quanto ao registro de disfunções de TGI, com a necessidade de criação de algoritmos decisórios para melhor ponto de corte, diagnóstico e manejo destas condições de acordo com os posicionamentos atuais.

Palavras Chave

DISFUNÇÃO GASTROINTESTINAL; NUTRIÇÃO EM UTI; TERAPIA NUTRICIONAL.