Dados do Trabalho
Título
ASSOCIAÇAO DA DESMOPLASIA COM A RADIODENSIDADE DO TECIDO ADIPOSO VISCERAL MEDIDA POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA EM TUMORES COLORRETAIS
Introdução
O câncer colorretal (CRC) é uma das principais causas de mortalidade por câncer em nível global. Após o diagnóstico de CRC, a determinação do estágio clínico e patológico é crucial para avaliar a extensão local da doença, presença de linfonodos e metástases, bem como o prognóstico do paciente. Nesse contexto, a avaliação da composição corporal por meio da tomografia computadorizada (TC) tem se tornado cada vez mais relevante no manejo de pacientes com câncer. De fato, o valor prognóstico da radiodensidade do tecido adiposo medida por TC pode ser um promissor marcador prognóstico em diferentes estágios do tratamento do CRC.
Objetivos
Examinar a associação entre características histopatológicas e adiposidade em pacientes com CRC e avaliar seu impacto na sobrevida.
Método
Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo de 8 anos usando prontuários médicos de pacientes adultos com CRC entre 2007 e 2015. A composição corporal foi avaliada pela TC da terceira vértebra lombar. A radiodensidade do tecido adiposo visceral (RDTAV) e do tecido adiposo subcutâneo (RDTAS) foi categorizada em tercis. Foi calculada a sobrevida global (SG) em cinco anos. A regressão logística foi empregada para analisar a relação entre as variáveis, calculando as razões de chances (OR). O modelo de risco proporcional de Cox avaliou as razões de risco (HR) com intervalos de confiança de 95% (IC).
Resultados
Um total de 231 pacientes elegíveis foram incluídos. Os estágios II e III do CRC e baixa RDTAV foram identificados como fatores de risco independentes para o desenvolvimento de desmoplasia (OR 5,99, IC 95% 1,83-19,68; OR 6,14, IC 95% 1,86-20,32; OR 2,41, IC 95% 1,29-4,49, respectivamente). O estágio III (HR 4,52, IC 95% 1,03-19,86) e a desmoplasia moderada a alta (HR 2,24, IC 95% 1,21-4,16) foram identificados como fatores de risco independentes para uma menor SG.
Discussão
Os resultados evidenciaram que a diminuição da RDTAV, indicativa de um maior acúmulo de gordura visceral, no momento do diagnóstico do CRC, representou um fator de risco para o desenvolvimento de desmoplasia. Além disso, observou-se que a presença de níveis moderados a altos de desmoplasia também foi associada a uma taxa de sobrevida reduzida durante um período de acompanhamento de cinco anos.
Conclusão
Os achados sugerem que o aumento da gordura visceral é um fator predisponente significativo para a desmoplasia. Além disso, níveis mais altos de desmoplasia estão significativamente associados a taxas reduzidas de sobrevida em um acompanhamento de cinco anos.
Palavras Chave
composição corporal; marcadores inflamatórios; câncer colorretal; desmoplasia; prognóstico; sobrevida global
Área
Nutrição em pacientes com câncer
Autores
JULIO CEZAR SILLOS ANDRÉ , CRISTIANE A D'ALMEIDA, PRISCILA VALVERDE FERNANDES , NINA CARROSSINI BASTOS , FABIANA RESENDE RODRIGUES, GABRIELA VILLAÇA CHAVES, LEONARDO BORGES MURAD, WILZA ARANTES FERREIRA PERES